terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ciclo


Tantas foram as vezes
Que imaginei sair
E nada vivo encontrar
O deserto na cidade
E apenas os restos do homem
Os seus dejetos e vómitos
Que a culpa se abate sobre mim
E me sinto a morrer sem saber
Se serei mesmo o ultimo.
A lembrança inteligível de que fomos
A nada fará sentido e
Em breve tudo o que o homem construiu
Se destruirá
Sem hipótese de reconstrução
Apenas o vento continuará a soprar
E as marés subirão e descerão.
Como se nada tivesse acontecido.

As plantas e os animais reinarão, é certo,
E tudo voltará à paz primordial encerrada

Pelo primeiro homem. 

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