domingo, 8 de junho de 2014

Alguém que soubesse vestir! Vestir, não despir. Despir é fácil. A partir daquele momento em que, pouco depois da adolescência, aprendemos a técnica e já ninguém se importa com a razão pela qual somos muito experientes a desapertar soutiens e calças, conseguimos mais ou menos atrapalhados, fazê-lo. Despir, despe-se um qualquer. Agora vestir já é outra coisa. Implica paixão mas sobretudo amor. Não se veste uma pessoa que não se ama. Vestir é repor a ordem do caos antecedente. Vestir é agarrar as mãos com cuidado e coloca-las dentro das mangas do camisolão de lã, é ter cuidado com os óculos e com as orelhas dobradas na gola da camisola  É ajeitar o colarinho e puxar as mangas nos ombros. Vestir é regressar ao amor verdadeiro.

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