um nome inscrito na pedra
ou a romãzeira brava.
Fosse eu o
sol por entre as folhas
ou a água
fresca do poço.
Fosse o
estalar dos galhos
ou o
silencio da noite,fosse as sombras,
as estrelas
sem a luz
ou o medo do
escuro.
Fosse o frio
no inverno
depois da lareira e das portas trancadas.Fosse o cheiro das laranjas,
as uvas azedas e envergonhadas .
Fosse as
ultimas ameixas
em cada ano que passava
em cada ano que passava
Fosse as
corridas de bicicleta
pelo
corredor de pedraou a dos pés desatentos
pelos caminhos da água.
Fosse o sótão,
o presépio
ou a casa da pesca
fosse a
caixa de amendoins ou a casa da pesca
ou o quarto azul-escuro.
Fosse a
caixa de postais
ou o monge das caldas
os teus
bifes secosou o monge das caldas
e as espirais com coentros.
Fosse a pia
de lavar as mãos
na cozinha da lareira
na cozinha da lareira
fosse a
panelinha de esmalte
e o armário do pão,
fosse o galo
do tempo e o armário do pão,
ou o telefone de roda,
fosse o alpendre das galinhas
e a lúcia-lima em flor.
Fosse as
sardinheiras ou as roseiras,
ou mesmo as
sombrinhas chinesas,
fosse a cruz
do Jacob
entre os
maracujás e as tangerinas,fosse as carpas e o Bobi.
Fosse os portões
vermelhos e o tanque
fosse a
terra, seca,
ou a terra por secar.
Ah! Fosse eu
tudo isto
e tudo isto me suspendesse
e tudo isto me suspendesse
não seriamos só o pouco tempo que resta.
Nem o tempo que foi.
Nem o tempo que foi.
Não seria
vazia
nem degradação
seria Esperança
e seria Eu.
E nós.
E a cada dia
Naquele pedaço de terra
Reviveria
Uma vida inteira.
E nós.
E a cada dia
Naquele pedaço de terra
Reviveria
Uma vida inteira.
Um comentário:
Tocante.
Manel
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